Segundo Andre de Barros Faria, CEO da Vert Analytics, a transformação digital passou a ocupar um lugar central na estratégia das organizações, mas o seu sucesso raramente depende apenas de sistemas ou plataformas. Isto posto, o principal erro das empresas é tratar a transformação digital como um projeto técnico, quando, na prática, ela exige mudanças profundas na forma de pensar, liderar e agir internamente.
Nos últimos anos, tornou-se evidente que ferramentas isoladas não sustentam resultados de longo prazo. Pois, sem uma cultura organizacional preparada, iniciativas digitais tendem a perder ritmo, gerar resistência e não entregar valor real. Com isso em mente, ao longo deste artigo, veremos por que a mentalidade, liderança e comportamento interno influenciam mais o sucesso da transformação digital do que a simples adoção de tecnologia.
Por que a transformação digital não se sustenta apenas com tecnologia?
A transformação digital costuma começar pela aquisição de softwares, automação de processos ou implementação de soluções em nuvem. De acordo com Andre Faria, especialista em tecnologia, embora esses movimentos sejam relevantes, eles não garantem mudanças consistentes se a cultura da organização permanecer a mesma. Uma vez que processos antigos, decisões centralizadas e aversão ao erro continuam travando o potencial das novas ferramentas.
Nesse contexto, a tecnologia passa a ser subutilizada. Sistemas avançados acabam replicando práticas ultrapassadas, sem gerar inovação real. Afinal, a transformação digital só se consolida quando as pessoas entendem o propósito das mudanças e se sentem parte ativa desse processo.
Além disso, a ausência de uma cultura digital clara dificulta o engajamento das equipes, como pontua Andre de Barros Faria. Portanto, sem alinhamento entre valores, comportamentos e objetivos estratégicos, a organização corre o risco de investir alto em tecnologia e obter retornos limitados, comprometendo a confiança nas iniciativas digitais.
Como a mentalidade influencia os resultados da transformação digital?
A mentalidade organizacional é um dos pilares menos visíveis, mas mais determinantes, da transformação digital. Empresas que valorizam aprendizado contínuo, colaboração e experimentação conseguem extrair mais valor das soluções tecnológicas que adotam. Já ambientes rígidos e avessos a mudanças tendem a bloquear qualquer avanço.
Quando a mentalidade é voltada à adaptação, os erros passam a ser tratados como parte do processo evolutivo. Isso acelera ajustes, melhora decisões e fortalece a capacidade de inovação. Conforme frisa o CEO da Vert Analytics, Andre Faria, a transformação digital exige uma postura aberta ao novo, com líderes e equipes dispostos a rever práticas consolidadas.

Ademais, outro ponto relevante é a forma como a organização lida com dados e informação. Uma mentalidade orientada por dados favorece decisões mais rápidas e precisas, enquanto culturas baseadas apenas em hierarquia e intuição tendem a resistir à transparência trazida pelas tecnologias digitais.
O papel da liderança na construção de uma cultura digital
A liderança exerce influência direta sobre o ritmo e a profundidade da transformação digital. Líderes que compreendem o impacto cultural das mudanças conseguem criar ambientes mais seguros para inovação e colaboração. Eles atuam como facilitadores, não apenas como patrocinadores de projetos tecnológicos.
Segundo Andre de Barros Faria, especialista em tecnologia, o exemplo da liderança é decisivo para que a transformação digital deixe de ser um discurso e se torne prática cotidiana. Pois, quando gestores adotam novas ferramentas, estimulam o uso de dados e incentivam a autonomia, as equipes tendem a acompanhar esse movimento com mais confiança.
Por outro lado, lideranças desconectadas da agenda digital acabam reforçando comportamentos antigos. Isso gera mensagens contraditórias e enfraquece a credibilidade das iniciativas. Desse modo, a coerência entre discurso e prática é um fator crítico para sustentar mudanças culturais no longo prazo.
Comportamentos internos que fortalecem a transformação digital
Conforme ressalta Andre de Barros Faria, a cultura de uma empresa é construída todos os dias, em cada atitude que transforma propósito em resultado. Logo, para que a transformação digital avance de forma consistente, alguns comportamentos precisam ser estimulados dentro das organizações. Entre os principais, destacam-se:
- Colaboração entre áreas: a integração de times reduz silos e amplia a visão sobre processos e clientes, potencializando o uso das tecnologias digitais.
- Autonomia com responsabilidade: equipes que têm liberdade para testar soluções digitais tendem a inovar mais, desde que exista clareza de objetivos e métricas.
- Aprendizado contínuo: a atualização constante de competências garante melhor aproveitamento das ferramentas e prepara a organização para novas mudanças.
- Foco em valor: priorizar soluções que gerem impacto real evita a adoção de tecnologias apenas por tendência.
Esses comportamentos não surgem de forma espontânea. Eles dependem de estímulos claros, políticas internas coerentes e da atuação consistente da liderança. Ao final, a transformação digital passa a fazer parte da rotina, e não de iniciativas pontuais.
A transformação digital como uma mudança de mentalidade e prática
Em conclusão, a transformação digital vai além da implementação de ferramentas. Ela exige revisão de mentalidades, fortalecimento da liderança e estímulo a comportamentos alinhados ao contexto digital. Desse modo, empresas que compreendem essa dinâmica constroem vantagens competitivas mais sólidas e sustentáveis. Ou seja, ao integrar cultura e tecnologia, a organização cria um ambiente propício à inovação contínua. Assim, a transformação digital deixa de ser um evento isolado e passa a ser um processo permanente de evolução organizacional.
Autor: Ronald Smith










