O impacto das redes sociais na forma como as pessoas enxergam sua própria aparência tem se tornado cada vez mais evidente. Segundo o cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi, os filtros digitais vêm desempenhando um papel significativo na busca por cirurgias estéticas, influenciando expectativas e moldando padrões de beleza. Essa relação entre tecnologia e autoestima levanta questionamentos importantes sobre os limites da estética e a naturalidade dos resultados desejados.
Como os filtros digitais afetam a percepção da beleza?
Os filtros digitais são recursos capazes de alterar traços faciais, suavizar imperfeições e até remodelar proporções. O uso constante dessas ferramentas cria uma versão “idealizada” do próprio rosto, fazendo com que muitas pessoas passem a desejar na vida real o que veem nas telas. Esse fenômeno pode distorcer a percepção da beleza natural e aumentar a insatisfação pessoal. Ao comparar a própria imagem no espelho com a versão filtrada, indivíduos sentem necessidade de aproximar sua aparência física ao padrão virtual.

Estudos recentes apontam que a procura por procedimentos estéticos tem crescido em paralelo à popularização dos filtros digitais. Embora não sejam o único fator responsável, eles desempenham um papel importante ao influenciar jovens e adultos a considerar intervenções cirúrgicas. Conforme Hayashi, esse movimento reflete o impacto psicológico das redes sociais. A constante exposição a imagens editadas aumenta a pressão estética, reforçando o desejo por modificações faciais que tragam mais harmonia e jovialidade.
Quais procedimentos estéticos são mais procurados devido aos filtros?
A tendência de buscar uma aparência semelhante à versão “filtrada” está diretamente ligada ao aumento da procura por procedimentos específicos. Entre os mais requisitados, destacam-se:
- Rinoplastia: remodelação do nariz, frequentemente alterado pelos filtros.
- Preenchimento labial: realce e aumento dos lábios.
- Harmonização facial: ajuste de ângulos e proporções faciais.
- Blefaroplastia: correção de pálpebras caídas ou excesso de pele.
- Toxina botulínica e bioestimuladores: suavização de rugas e melhora da qualidade da pele.
Para Milton Seigi Hayashi, esses procedimentos ganharam ainda mais visibilidade justamente por atenderem aos desejos de quem busca reproduzir, fora das telas, a imagem modificada pelos filtros.
Os filtros digitais aumentam a autoestima ou geram frustração?
Embora possam ser usados como ferramenta de diversão e expressão, os filtros digitais também apresentam um lado negativo. A exposição contínua a imagens modificadas pode elevar a autoestima momentaneamente, mas tende a gerar frustração quando o indivíduo percebe que sua aparência real é diferente da versão editada. O equilíbrio é essencial. O uso consciente das redes sociais e dos filtros pode evitar que a busca pela perfeição ultrapasse os limites do saudável, preservando a autoestima e a identidade pessoal.
Hayashi explica que o cirurgião plástico tem papel fundamental em orientar pacientes que procuram procedimentos motivados pela influência digital. É necessário esclarecer as possibilidades reais, respeitar as proporções individuais e garantir que a decisão seja baseada em expectativas realistas. Além disso, conforme especialistas, o diálogo aberto ajuda a identificar casos em que a insatisfação com a própria imagem ultrapassa questões estéticas, exigindo acompanhamento psicológico.
Como encontrar o equilíbrio entre naturalidade e desejo estético?
Buscar resultados naturais e harmônicos é o caminho mais recomendado. A cirurgia estética deve valorizar as características individuais sem transformações exageradas que comprometam a identidade da pessoa. A tendência atual é conciliar técnicas cirúrgicas avançadas com procedimentos minimamente invasivos, como bioestimuladores e preenchimentos, para entregar resultados sutis, mas eficazes. Esse equilíbrio garante satisfação sem criar padrões inatingíveis.
Por fim, os filtros digitais nas redes sociais se consolidaram como um dos fatores que impulsionam o aumento das cirurgias estéticas. Conforme Hayashi, o papel do cirurgião plástico, nesse contexto, é orientar e oferecer resultados que respeitem a individualidade, promovendo não apenas beleza, mas também autoconfiança e bem-estar.
Autor: Ronald Smith